O Ronaldo, um portista e um benfiquista entram no Mini-Preço

Esta semana as redes sociais foram inundadas com problemáticas interessantes. Felizmente estou cá eu para clarificar a situação. Com que então um brasileiro ficou preso no Mini-Preço? Coitado, os funcionários saíram para almoçar, e o desgraçado do indivíduo, "cheio de frio" (diz ele ao passar pela zona dos congelados), perdeu um compromisso, e nem uma embalagem de cereais podia abrir.
 Ao menos gravou a situação, enquanto se lamentava e caminhava no supermercado a começar na zona dos lacticínios e a acabar nas verduras. "Como é que pode num país como esse ter este tipo de irresponsabilidade?". Olhe, é o que dá vir passar férias a um país tão pequeno com umas expectativas muito altas. Vá antes ao Reino Unido. Depois do divórcio com a União Europeia, aposto que os funcionários vão passar a dedicar-se mais ao clientes.

Passemos ao busto do Ronaldo. Há memes (sim, memes) sobre o assunto por todo o lado. Eu cá, aproveito para parabenizar o escultor. Ó Manel, não ligues aos memes. O Miró e o Dalí também passaram pelo mesmo na pintura. Faz como eles. Dá a desculpa do surrealismo e os apreciadores de arte que tratem de sacar uma mensagem por detrás do movimento artístico. O RAP tem razão: o busto do Ronaldo é a reacção do Ronaldo a reagir ao busto do Ronaldo. Ou então é a cara do Ronaldo após uma bolada na cara por parte de Eusébio. Ah Manel, duas homenagens num só busto, seu bandido. Aliás, aproxima-se o Mundial e o povo quer exibir as suas belas bandeiras a ondular ao vento. Contudo, a bandeira nacional desbota depressa e tem tendência para esfiapar ao fim de poucas semanas, e além disso, os pombos adoram debicá-la. O busto funcionará como espantalho, inibindo o pombos de estragar as nossas bandeiras compradas no chinês.

Finalmente, vamos debruçar-nos sobre o grande clássico. Não vou comentar o primeiro golo nem a companhia do Luís Filipe Vieira. Se o António Costa prefere discutir economia na Luz com o Mário Centeno, compreendo, os diálogos são idênticos aos da Assembleia: "Ó sotôr! Sotôr! Diga sotôr. Palhaço! Sotôr, está a ouvir? Sim, sotôr, diga. Sobe! O quê, sotôr? Sotôr?! Ouve lá, ó palhaço! Ah?!"

Por falar em sonoridades. Que o jogo ficou empatado (para não enganar ninguém, visto que era Dia das Mentiras), isso já quase todo o Portugal deve saber. Mas ainda me questiono se o jogo foi em casa do Benfica ou do Porto. É que aquilo tinha aspecto de campo de mouros, no entanto, eu só ouvia os Super-Dragões. Realmente, percebo a indignação por parte dos lampiões quando o Casillas exigiu silêncio, gestualmente. Isto é o mesmo que acontece quando um professor manda calar um aluno, quando na verdade o barulho provinha de um outro aluno: "O setor, não fui eu!" Numa escala de grilo a Cristina Ferreira, a claque encarnada está, no máximo, no nível Lili Caneças.

O Jonas ainda tentou mandar o Espírito Santo abaixo. O feitiço virou-se contra o feiticeiro. Esta gente esquece-se que grande parte das revoluções começaram no Porto por alguma razão. Quanto aos outros não sei, mas os jogadores do Porto são muito rijos. Até o Maxi se tornou mais rijo no Porto. Caso essa rigidez se mantenha, o campeonato está garantido. Vou já reservar uma sarjeta para me babar de orgulho, ou então vou andar a cavalo com D.Pedro IV, o Libertador.

Nota: O blog voltou a entrar no Top 10 (Humor-Portugal). Espero que com o vosso apoio esta congratulação se mantenha. Aproveitando que me estou a gabar, voltei a brilhar na apresentação oral de Português, onde depois me sugeriram publicar estes devaneios num jornal. Bem, admito que gostava de ver o meu trabalho escarrapachado num jornal ou revista de prestígio (mas como?). - Até agora, o ponto alto do blog tem sido o feedback dos leitores e um grande elogio do genial João Quadros. - Até lá, fica guardado neste blog (que também é muito prestigiado).

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