10.9.17

11 de Setembro: o dia do atentado académico

Não fiquem tristes por voltarem à escola. Lembrem-se que há por aí pelo menos uma criança que acaba de perder a palhinha dentro de um Capri-Sun. Isso sim, é triste.


"Olá Setembro"? Esta agora... Cumprimentar o assassino de Agosto. Até era. Bandalhos! Dizer uma atrocidade destas é quase tão tenebroso como o "esquece" das miúdas. Esquecer? Até o faria se tivesse um "botão delete" no cérebro e o conseguisse usar. Conta o que tens a contar ou estivesses calada! A chegada de Setembro marca o fim das férias e do Verão. Só espero é que também marque o fim do Despacito.

As férias a acabar e eu ainda com tantos nadas para terminar e várias comichões em locais recônditos por finalizar. As minhas aulas começam logo no dia 11 de Setembro. Que mau presságio. Algo me diz que a escola ainda vai abaixo com tanta melancolia. O 11 de Setembro é um dia que se for tão sincero como as Pringles, a única marca de batatas fritas que não vende o ar, estará associado a uma tragédia qualquer.

Vou principiar, dia 11 de Setembro, o décimo segundo ano. Dizem que é o mais fácil. Ora bem, as perguntas do programa Super Quiz também são fáceis e ainda assim há adultos a errar: "Que animal é este? Até agora já responderam Volkswagen, João, alguidar, tartaruga e maracujá. Vá, estamos nos dez segundos finais, que é como quem diz três horas". A apresentadora deste programa bem que promete que o programa está prestes a acabar. No entanto, ele nunca acaba e eu começo a pensar seriamente que ela daria uma excelente Miss Universo, ou uma presidente, o conceito é o mesmo: prometer muito, chegar ao poleiro e não fazer nada. No que concerne a apresentadores, prefiro o Pedro Fernandes que anuncia que as respostas estão ERRADAS com o mesmo entusiasmo que a Cristina Ferreira diz que elas estão CERTAS.*

Voltando ao tema da escola. O primeiro dia é sempre uma espécie de desfile de moda. Todos bem arranjadinhos, com roupas novas e alguns até com novas tatuagens. Eu cá não me identifico com esta última. Vá lá, se vocês também tivessem um Ferrari não iriam colar-lhe um autocolante, pois não? Adiante, tudo bonitinho e pronto para o discurso dos professores que farão questão em lembrar-nos sempre que temos de nos preparar para os exames. Acho que mais depressa me esqueço do meu aniversário do que quando é que começam os exames.

Eu tenho pela escola o mesmo sentimento que tenho pela morte. "Não se trata de ter medo. Simplesmente não quero estar lá quando isso acontecer". Sim, eu sou fixe a ponto de citar Woddy Allen. Quase tão fixe como aqueles bacanos que tinham uma conta online no Wareztuga e viam filmes à balda. Incrível a quantidade de coisas que se aprende quando não estamos a perder o nosso tempo na escola. Seja como for, há coisas piores que o regresso às aulas. Não fiquem tristes por voltarem à escola. Lembrem-se que há por aí pelo menos uma criança que acaba de perder a palhinha dentro de um Capri-Sun. Isso sim, é triste.

*Por falar em televisão portuguesa, há um programa na RTP chamado Extraordinários cujos concorrentes são capazes de feitos "extraordinários" como identificar pelo som das aves a espécie a que cada uma delas pertence. Imaginem o que seria distinguir os jogadores da selecção pelo som do respectivo arroto. Ou melhor, alguém que saiba preencher o IRS. (Interessante seria um programa com base na rábula "Trocados À Nascença". Primeiros convidados: Rui Moreira do Porto e Robbie Reles da Vila Moleza. E depois de Pêpê Rapazote, é começar a preparar a entrada de Sócrates numa nova temporada de Narcos).

ESPEREM! Acabo de saber que afinal, as minhas aulas, só recomeçam dia 13. Não deixa de ser um mau presságio dado que é um dia antes da estreia do It (o que é mais assustador, o Pennywise, o palhaço maquiavélico criado por Stephen King, ou a escola, o manicómio dos adolescentes?) e além disso o 13 é o número do azar e eu odeio números primo. Mas vá, são sempre mais dois dias para contemplar o infinito e reflectir sobre a existência humana. Tudo menos arrumar o quarto.